O tempo de Euclides
O Tempo e o Vento e as horas que passam, ultrapassam e se esvaem.
Vão e vai daqui, ali e amanhã já veio. Se atrasa na asa de um beijo de relance.
Se lança na lança de um guerreiro que mira no alvo, no peito de um desafeto. Ali, se congela no tempo. Pausa infinita da foto enquadrada em sua parede de outrora. Hoje a moldura se desfaz, mole, liquefaz em mãos enrugadas. Uva-passa de mão em mão. Seca, concentrada, ensimesmada. Conchinha, posição fetal, voltada para si.
Começo de uma era, que inicia acabando-se, já era. Foi, fui! Flui, flanando, boiando no espaço infindo. Breu. Eu.
Agora, dança das horas. Rodopiando mundo-pião. Assim, um timelapse sem fim. Lapso do tempo, lápis, borracha, apaga o erro divino de colocar prazo de validade em mim.
Não tem volta aqui, mas recomeço em alguma nova morada, parada, stop! Rewind, fita enrolada. "Desenrola, bate..." se joga. Não demora, começa tudo outra vez.
O Tempo, e o Vento e as horas...