domingo, 30 de dezembro de 2018

Tempo, tempo, tempo, tempo


E saiu isso das minha páginas matinais:
Quase lá em 2019, coisa boa de se ver, ano caminhando pro final, se renovando...
Engraçado como a gente gosta e precisa contar. Temos que ter um marco, um lembrete pra tudo, senão não ficamos sossegados; um marca-passo, um marca-tempo, tem que ter um ponto onde a gente se apegue, se agarre pra não nos perdermos nesse mesmo tempo. Os dias e noites vêm e não há quem segure o tempo só porque deixamos de contar as horas, dias, ou até contou religiosamente. Como disse o poeta: "o tempo não para." Nunca, e não parará! Isso é fato consumado infindamente. Aliás, o próprio infinito tem uma eterna ligação com o tempo. Ligação de amor ou ódio?
Nenhuma delas. Por que insistimos em humanizar o que não é humano? Estranho se nós mesmos, quando vemos alguma crueldade, fazemos uma alusão a ser mais humano como se não fossemos ainda cruéis.
Já dizem que a criança é cruel, mas que é inerente nela não ter a famosa "maldade", mas elas são as primeiras a apontarem o dedo e sentenciarem: "Foi ele!" Acusam e falam a verdade nua e crua e, também inventam as mentiras que lhes convêm. Falar da ingenuidade da criança é tão natural como fazer "nhóóóóóóó" quando algo de fofo sai do mesmo serzinho. Inusitado seria não rirmos das tiradas impagáveis, das sacadas milenares de um pirralho de 4, 5 anos e sabedoria pueril de quem nos ensina aprendendo.
Enfim, somos todos espíritos velhos em corpos de carne nova. É nova até enrugar, cansar e se desprender, independente o quanto a gente se apega na vida. Parece que nós nos agarramos no tronco mais à mão quando a enxurrada fatal quer nos levar pro inevitável fechar d'olhos.
Aqui acaba também, sabia? Mesmo se não for assim tão doce. Mel ou fel, ninguém é de ferro. Sim, queremos ir "prum" céu ou nirvana, mesmo sem banda, nem cortejo angelical.
But, num sei se é bem assim quando partimos desta para melhor. Ou pior? Nahhhh. Pior é perder tempo (lembra dele?) pensando demais sobre o destino que não nos pertence e esquecer de fazer o que precisamos por aqui mesmo. Tanta gente pra abraçar, perdoar, ajudar, gato, cachorro pra acariciar, etc, etc...
Neste caso, pensar no futuro final (distante, esperamos) é totalmente tolo e inconsequente, apesar de que, depois de uma certa idade, é apego mesmo. Sempre ficamos com o pé atrás pra não ficar com ele muito perto da cova. Queremos inimizade com a anoréxica druida gótica. Seu nome que não podemos pronunciar.
Deus me livre, já diriam os ateus.

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